Acho que não muito. Na verdade, talvez comece a dar uma dica do que está por vir. Mas para entender mesmo o que é DRE é preciso um pouco mais do que isso.
Neste post, vamos explicar o que significa, sua estrutura e qual a importância deste conceito dentro da contabilidade. A ideia não é que depois de ler este conteúdo você “fique íntimo” do DRE. Mas pelo menos você vai poder falar que não conhece só de nome. E acredite: por mais que não seja essencial dominar todos os detalhes do que se trata, é sempre importante ao menos conhecer o vocabulário. Faz parte de uma cultura cada vez mais atual de transparência dentro dos serviços contábeis. Afinal, todo mundo quer pelo menos saber como os contadores estão cuidando das empresas.
Como falado no “spoiler” na introdução do artigo, DRE é uma sigla usada para abreviar Demonstração do Resultado do Exercício. Para começar a explicar com mais detalhes o que é DRE, vamos recorrer ao que diz o pronunciamento técnico CPC 26:
“As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. O objetivo das demonstrações contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas. As demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da administração, em face de seus deveres e responsabilidades na gestão diligente dos recursos que lhe foram confiados”
Traduzindo, DRE nada mais é do que um relatório que demonstra de forma resumida as operações realizadas pela empresa. Nele são confrontadas as contas de receitas, despesas, investimentos, custos e provisões apurados, evidenciando a formação do resultado líquido da empresa na ocasião.
Para fins legais, a DRE é feita anualmente, mas podem ser feitas DRE mensal simplificada para fins administrativos e DRE trimestral para o monitoramento dos gastos fiscais. O Relatório de DRE deve ser preparado respeitando o regime de competência, ou seja, conforme a ocorrência do fato gerador do registro contábil, independentemente do efetivo recebimento da receita ou do pagamento da despesa.
Há uma ordem para a apresentação na Demonstração do Resultado do Exercício. Na estrutura são discriminados os valores referentes à receita bruta de vendas e serviços, juntamente com suas respectivas deduções, e os impostos incidentes sobre as operações de venda e demais abatimentos.
Em seguida, chega-se ao valor da receita líquida do período, do qual devem ser subtraídos os custos dos produtos vendidos, bem como dos serviços prestados, a fim de se chegar ao resultado operacional bruto. Desse valor são subtraídas as despesas incorridas no período e acrescidas às demais receitas. Isso origina o resultado operacional líquido, antes da incidência dos impostos.
Uma vez subtraídos os valores dos impostos, chega-se, finalmente, ao resultado líquido antes da participação nos lucros, que é calculada sobre o valor do resultado líquido menos o valor do prejuízo acumulado nos exercícios anteriores.
A Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/1976), em seu artigo 187, define a forma como as empresas devem discriminar a Demonstração do Resultado do Exercício. Nos termos da lei, portanto, a DRE deverá seguir a seguinte estrutura de ações:
Receita Bruta
– deduções
= receita líquida
– custo da mercadoria vendida
= lucro bruto
– despesas com vendas
– despesas administrativas
– despesas financeiras
= resultado operacional líquido
– despesas extra operacionais
= resultado antes IR e CS
– provisões IR e CS
= resultado líquido
Depois de entender o que é DRE e conhecer um exemplo de sua estrutura, é hora de aprender qual sua importância dentro da contabilidade das empresas. A Demonstração do Resultado do Exercício tem o objetivo de fornecer ao usuário das demonstrações financeiras das empresas, os dados básicos e essenciais da formação do resultado lucro ou prejuízo do exercício.
Ou seja, é um dos relatórios mais importantes que o contador deve gerar. Isso porque ele é utilizado pelos gestores, investidores, bancos e pelo próprio governo. É por meio dele que se avalia a capacidade de sua empresa e sua real situação. É uma ferramenta essencial para tomada de decisões.
A elaboração correta da DRE possibilita ter uma visão geral do resultado financeiro da empresa. Com isso, permite extrair informações extremamente relevantes. Alguns exemplos são: o montante das despesas gerais da organização, a composição dos custos relacionados aos produtos e serviços, a receita total de vendas, o lucro obtido pela empresa com suas operações, as incidências dos impostos sobre os produtos, o nível de endividamento em que se encontra e quais serão as estratégias consequentemente adotadas.
Assim, podemos dizer que a Demonstração do Resultado do Exercício não deve ser usada apenas para fins legais ou fiscais. A DRE serve também para gestão estratégica do negócio e para uma boa governança corporativa. Com a DRE se torna possível analisar de forma crítica os números apresentados e determinar a eficiência das práticas adotadas pela empresa, possibilitando assim uma boa gestão financeira no futuro.
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