Empresas que possuem maior diversidade apresentam níveis muito mais altos de inovação e colaboração, segundo levantamento da McKinsey, realizado com empresas da América Latina.
A equidade de gênero no mundo corporativo ainda não é uma realidade, mas o espaço ocupado por mulheres vem aumentando, é o que aponta os dados do Ipea (2019) projetando que, até 2030, a presença feminina no mercado de trabalho será de 64,3%.
Em setores como o de inovação, construção, empreendedorismo e tecnologia, essa presença é ainda mais significativa.
Antes vistos como ambientes “masculinos”, esse mercado claramente se encontra em transformação, graças às profissionais que vêm fazendo a diferença e servindo de referência para a futura geração feminina.
Júlia Cândido, Gerente de Riscos e Contratos da Andrade Gutierrez, sempre quis ser advogada e iniciou sua carreira como estagiária da empresa. Hoje, gerencia quatro áreas dentro da construtora. “Todos os dias penso nas mulheres que abriram caminhos para a minha geração e espero conseguir fazer o mesmo para as que virão!”, comenta.
Na opinião da Gerente, muitas pessoas não reconhecem a falta de equidade de gênero no mercado ou, quando reconhecem, não se sentem parte do problema.
Para a advogada, as organizações precisam investir, primeiro, na conscientização sobre o tema e sua natureza estrutural. “Esse resultado pode ser acelerado por ações afirmativas, como definição de metas de contratação e promoção de mulheres”, defende Júlia.
A baixa participação das mulheres nos cursos de ciências e tecnologia cria um desafio às empresas que buscam aumentar a diversidade em seus quadros.
Dados do programa YouthSpark, da Microsoft, apontam que, somente 18% dos graduados em ciência da computação no país e 25% dos empregados em áreas técnicas de tecnologia da informação (TI) são do sexo feminino.
“Nunca tive medo de ser mulher e estar nessa área, muito pelo contrário, sempre foi um motivo a mais para eu tentar. Hoje em dia, a área de TI é uma das que mais tentam equalizar o mercado entre homens e mulheres”, comenta Ana Karolina Popenga, UI/ UX Design da Signa, startup de soluções digitais que já profissionalizou mais de 500 e-commerces.
Mariana Peres, Engenheira Civil da Andrade Gutierrez, também faz parte da parcela feminina que está mudando essa realidade. Especializada em BIM – Modelagem de Informação da Construção, ela relata que a melhor parte do seu trabalho é propor novas soluções e redesenhar fluxos que impactem positivamente a rotina do usuário.
"Há uma alta demanda de profissionais capacitados a entender e propor ferramentas para a utilização do BIM, além de definir os fluxos e liderar as implementações. É um campo de trabalho cheio de possibilidades, além de sua relevância para a inovação no mercado de construção, e tenho orgulho de estar inserida nele”, explica.
De acordo com a Global Entrepreneurship Monitor, mulheres empreendedoras somam mais de 30 milhões no Brasil, o que representa 48,7% desse mercado.
“O empreendedorismo feminino está muito mais ligado a uma necessidade do que uma questão de orgulho. Milhares de mulheres precisam se reinventar para ter uma renda, e comigo não foi diferente”, afirma Katia Caetano, lojista na Loja Integrada, plataforma para a criação de lojas virtuais mais popular do país.
Kátia criou uma loja virtual há seis anos e atua no mercado distribuindo maquiagem por atacado, mas também apostou na educação e na capacitação de outras mulheres que buscam o sonho de se tornarem donas do próprio negócio. Para isso, sua loja capacita revendedoras.
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