A carga tributária brasileira é uma das maiores do mundo e costuma preocupar muitos empreendedores, principalmente porque as alíquotas aumentam, ano após ano. Entre os valores a serem pagos, estão incluídos impostos municipais, estaduais e federais.
Fazer a sua empresa ser lucrativa com essa elevada carga de impostos é um grande desafio. Mas existem formas de amenizar esse impacto no desempenho do seu negócio.
O primeiro passo é conhecer os diferentes regimes de tributação e os impostos municipais, estaduais e federais – e quais deles incidem sobre a atuação da sua empresa.
Ao decidir abrir uma empresa, um dos desafios é escolher o regime tributário, ao ser ele que regulará o percentual e os tipos de tributos que serão calculados sobre o faturamento de seu CNPJ. Veja, a seguir, os três tipos de regimes tributários mais importantes:
É um regime ligado diretamente ao Lucro Real da empresa, em caso de prejuízo, o gestor é dispensado do pagamento de impostos. Para alguns ramos de negócios, como bancos e seguradoras, esse é um regime obrigatório.
Os cálculos são feitos individualmente para cada caso e incluem obrigações acessórias durante o ano. Eles sempre são realizados conforme o faturamento mensal ou trimestral da empresa.
Para empresas com faturamento anual de até R$ 78 milhões, o regime de Lucro Presumido é uma opção. Mas existem restrições a algumas modalidades de negócios, como empresas públicas.
A arrecadação dos impostos é feita semelhantemente ao Lucro Real: mensal ou trimestralmente, calculada caso a caso.
O cálculo dos impostos é feito sob o valor da previsão de lucros, sem obrigação de comprovação, conforme o faturamento e a atividade da empresa.
O Simples Nacional foi criado como uma alternativa de simplificar o pagamento de impostos para empresas de pequeno ou médio porte. A atividade da empresa precisa constar no rol do Simples Nacional e o faturamento não pode ultrapassar R$ 4,8 milhões.
Todos os impostos são reunidos em uma única guia, com alíquotas diferentes para produtos e serviços, e reúne: IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, CPP, ICMS, ISS e IPI, seguindo a Lei Federal 123/2006.
Nesse regime de tributação, inclui-se o MEI (Microempreendedor Individual), que tem um cálculo exclusivo de impostos. Atualmente, para ser MEI, o limite de faturamento é de R$ 81 mil, não podendo ter sócios e sendo permitido somente 1 empregado.
Representam aproximadamente 5,5% das receitas tributárias do país e são de responsabilidade das administrações municipais. Confira alguns deles:
Correspondem a cerca de 28% das receitas tributárias do país, sendo de competência dos governos estaduais. Alguns dos impostos estaduais são:
Representam aproximadamente 60% das receitas tributárias nacionais, são de competência do Governo Federal e incluem uma variedade de tributos, tais como:
Os tributos municipais, estaduais e federais são arrecadados pelos respectivos órgãos públicos de cada esfera de governo responsável por sua aplicação. Veja como funciona:
A maior arrecadação de tributos vem da esfera federal. Esses recursos são destinados à manutenção e funcionamento do governo federal, sendo parte repassada aos estados e municípios, com a mesma finalidade. Confira abaixo quais são esses tributos.
É o imposto que incide sobre o lucro das empresas. Independente do regime tributário, todas as empresas estão sujeitas ao Imposto de Renda, que pode ser declarado a cada três meses ou uma vez ao ano.
Outro tributo que incide sobre o lucro das empresas, em que o percentual cobrado varia entre 9% e 20%, dependendo do lucro líquido do período base antes da provisão do IRPJ.
O IPI deve ser pago por comerciantes, importadores e indústrias, uma vez que existem impostos sobre produtos importados, produtos de fabricação nacional e produtos que passem por processos de industrialização.
O PIS tem por finalidade pagar os abonos e seguro-desemprego aos trabalhadores e foi implantado com o objetivo de melhorar a distribuição de renda no Brasil.
Com exceção das empresas registradas no Simples Nacional, todas as demais estão obrigadas a recolher o COFINS, que é um tributo destinado no auxílio de programas de seguridade social, como a Previdência Social e a saúde pública.
A alíquota depende dos lucros da empresa e pode variar entre 3% e 7,6%.
É o tributo que incide sobre os produtos importados e deve ser pago no momento em que a mercadoria chega no país para que o produto seja liberado. A tributação varia entre tributação simplificada e especial, de acordo com os valores dos produtos.
O IE também serve como instrumento de controle do comércio exterior, a partir do controle de saída do país de produtos nacionais e/ou nacionalizados no Brasil. A alíquota pode variar de acordo com o país de destino e o tipo de produto exportado.
O IOF é o imposto que incide em todas as operações financeiras de câmbio, crédito ou seguros.
O CIDE está ligado ao gás natural, petróleo e seus derivados, e o pagamento deve ser feito pelas empresas que comercializam e/ou importam os combustíveis.
Este imposto é recolhido tanto por Pessoas Jurídicas quanto Pessoas Físicas e é responsável pela aposentadoria social no Brasil. Quanto maior o salário, maior o desconto para INSS, e as alíquotas podem variar entre 8% e 11%.
A cobrança possui valor mínimo calculado sobre o valor vigente do salário mínimo e valor máximo que incide sobre o valor do teto previdenciário. Esses valores são atualizados anualmente.
O FGTS é recolhido pelas empresas e depositado em uma conta nominal do trabalhador na Caixa Econômica Federal. Ou seja, todo mês, 8% do salário é depositado neste fundo.
Pode ser sacado, por exemplo, para financiamento da compra da casa própria, doenças graves, aposentadoria, situações de emergência ou calamidade pública e/ou mediante demissão e outras situações previstas na legislação.
Os tributos estaduais são de competência do Estado. São destinados para manutenção do governo estadual, melhoria da infraestrutura estadual e financiamento de serviços públicos.
Veja quais são os tributos estaduais a seguir.
O ICMS incide sobre a circulação de todas as mercadorias e serviços pelo país. Deve ser recolhido pelas empresas que possuem inscrição estadual e cada estado é livre para atribuir a sua própria alíquota.
É um imposto devido sobre heranças e doações e a alíquota pode variar de caso em caso.
O IPVA é o imposto devido sobre a propriedade de carros, motos, caminhões, ônibus e demais veículos automotores e deve ser recolhido anualmente, de acordo com a tabela FIPE e a alíquota de cada estado.
Os tributos municipais são pagos ao município onde a empresa está localizada; o Distrito Federal é responsável pela cobrança de tributos estaduais e municipais.
Na esfera municipal, os tributos são destinados ao custeio da administração pública de uma cidade, incluindo serviços, investimentos e manutenções locais. Confira quais são os tributos municipais.
Trata-se do imposto municipal que deve ser recolhido por todas as empresas, seja qual for o seu ramo de atuação, incluindo profissionais autônomos. A alíquota mínima do ISS é de 2% e pode chegar a 5%, dependendo do município.
O IPTU é o imposto que incide sobre a propriedade de imóveis de qualquer espécie e o percentual pode variar entre 1% e 3%.
Este imposto incide sobre a transferência de casas, apartamentos, prédios, barracões e os demais tipos de imóveis e, geralmente, é pago pelo comprador do imóvel.
A alíquota varia entre os municípios, mas, em média, é cobrado 2% sobre o valor de mercado do imóvel em questão.
É complexo lidar com tantos tributos e escolher o regime tributário adequado à sua empresa.
Por isso é importante conhecer quais são os tributos municipais, estaduais e federais e contar com a ajuda de um contador para tomar decisões assertivas para seu negócio prosperar.
Mas nenhum contador opera milagres em empresas desorganizadas. Por isso, é indispensável que os empreendedores contem com um bom software de gestão ERP.
Com ele, é possível centralizar todos os dados importantes em um só lugar, além de garantir a emissão de nota fiscal eletrônica com cálculo automático de impostos e relatórios automatizados.
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